sexta-feira, 31 de agosto de 2012

.9. O da Retomada



 

Optei pelo blog pelo simples fato de ser um garoto prolixo. Vá; Garoto não. Mas prolixo, muito. E como gosto de me mostrar, mesmo que para o vácuo, estou canalizando essa ansiedade para um espaço onde, no futuro, possa fazer uma coletânea de bobagens, editar com uma nova reforma ortográfica vigente e ganhar meia dúzia de caraminguás. Bísnês ís bísnês, rãni. Escrevo faz tempo, leio com certa periodicidade e me valho da autocorreção para minimizar erros gramaticais: Sou um redator moderno perfeito.

Meu tema base, como o da maioria dos entusiastas, é o amor. De Machado à Young, todos escreveram sobre o amor. Ele, em seus diversos prismas possíveis de estudo, é um combustível para a alegria e/ou sofrimento, gerando expressão, logo, a minha, é a escrita. No momento, estou procurando o amor.

Certo, na real, nem estou procurando mesmo, mas prefiro pensar que sim, pela necessidade de um propósito poético. Este, fomenta o meu eu-lírico, que fomenta a minha criatividade, que fomenta suas sucessões irrelevantes. O papo do combustível ali de cima, certo! Estou longe da pretensão de criar textos homônimos a trabalhos que já li, vi e gostei, mas a comparação será inevitável. Pelo menos, me valho da originalidade de ascender uma faísca de comportamento que assumi nas redes sociais, não somente justificando essa retomada como uma epifania de carência.

Como disse: sou prolixo e encontrei o lugar ideal para exercitar toda a minha redundância, sem culpa. Hoje, o meu trabalho é introdutório. Prefiro o termo: trabalho de penetração. Explico: é desconfortável, de difícil encaixa e complicado de entender nos primeiro minutos, mas depois que acostuma... Vai que é uma beleza.
 
Uma vez por dia. Mesmo que sejam duas palavras ou uma imagem sem sentido. Prometo.
 
 
 

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

.8. Aquele do Cálculo em Reflexo

Parei para pensar alguns instantes sobre o que mais sinto saudades ultimamente, e ficou difícil de pontuar duas ou ter coisas. São várias. Chega o final do ano e o balanço do desenvolvimento pessoal torna-se iminente e à beira de saltos que podem causar espanto de contemplação ou medo à medida que são somados. Números apavoram por sua exatidão verdadeira e são os reais reflexos de nossas atitudes frente à vida.

Naqueles instantes que nos desligamos de olhos abertos e outras imagens circundam nosso circo visual a mente consegue armar truques e desencadear reações químicas muito curiosas em nosso ser, onde somos levados contra vontade para aquilo que guardamos de mais interno: pessoas queridas, situações singulares (boas ou ruins), canções e desenhos que ficaram gravados além dos velhos e bons hábitos que foram, ou não, substituídos por novos.

Como a mudança foi a palavra de ordem, reclamação é a seguinte, mesmo jurando o contrário; O resmungo é o ranço dos perfeccionistas. A segurança da rotina que se cria com o passar dos anos é mais do que um tédio casual que nos aplaca de conformismo, mas o porto seguro que se busca intimamente.

A esta altura do campeonato, o tempo de refletir se transforma no de calcular.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

.7. Aquele da Construção

Vivemos em coexistência no mundo das diferenças, onde a incompreensão parte como premissa de tudo. Estamos suscetíveis a opiniões diversas, situações adversas e diversificada diversidade sempre em busca do aprimoramento. Ah, esse utópico aprimoramento que já levou tantos sábios à loucura ou ainda ao destino de todo humano sem nem compreender uma pequena fração dessa complexa teia que chamamos de relações.

Tenho comigo que a incompreensão instiga e motiva. Ela é o real agente da vida que movimenta nossas mitocôndrias e as força a levar o oxigênio para os pequenos cantos de nosso corpo, acelerando a sinapse e permitindo ação, reação e desbravamento em campos do medo. Quando somos simples demais, acessíveis demais, decifráveis demais o tédio toma conta das mesmas organelas e pronto, por que correr se as evidências são tão óbvias?

A amizade é um ponto facultativo, tão opcional quanto qualquer palavra que venha após parênteses em provas. Ser amigo já escapa dessa premissa, pois quando nesse estado sublime, qualquer generalismo pode significar descaso; recua, desconfiança; rispidez, desafeto.

A construção do bem querer é como uma maravilha da engenharia. Requer cuidado no planejamento, matemática fria nos cálculos, primor na execução, boa mão de obra e acabamentos bonitos e de qualidade. A vivência, paciência e comprometimento finalizam a obra com salvas únicas e segurança de que por mais drástico que seja o abalo, ela permanecerá em pé.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

.6. Aquele do desfibrilador barulhento;

Existem mil circunstâncias onde o silêncio é audível. Começa com uma sensação interna, de desconforto e modo de pensar diferente de qualquer outro comportamento. A angústia é um sentimento que mexe com o profundo de nossos seres em um movimento de inquietude não fundamentada que muitas vezes leva ao descontrole.

Quando a pressão de nossas veias aumenta e nosso suor salgado escorre aos poros em um líquido gélido e não confortante, o cérebro envia um impulso sensorial ao coração como se este estivesse sob pressão constante. Nossos sentidos aguçados detectam ameaça e a posição de ataque vira defesa. Coagidos pelo etéreo, a melhor forma de combater o nada é tangibilizando a causa em uma criatura dos tempos de menino.

Pronto, já pode dormir agora; ele, já criatura e não mais o vazio, não irá voltar tão cedo.

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

.5. Aquele da Imagem!


.4. Aquele curtinho!

Como a sensação de ser útil parece completar nosso ser de uma forma ímpar. Na verdade, quando a existência passa a ser notada, a vida toma um propósito e nos transformamos em ferramenta de desenvolvimento social, ou seja, retribuímos ao mundo a graça de convertermos oxigênio em gás carbônico da forma mais generosa possível: servindo ao outro gratuitamente.

Breviedade é ter a habilidade que conseguir contemplar a totalidade das idéias em momentos ideais e úteis. Gosto de ser breve. E útil.

Por hoje é só!

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

.3. Declaro ao amigo que;

Vou aproveitar o ligeiro momento de sol para escrever algumas pequenas e singelas palavras, meu velho amigo. Digo velho por que dos anos que acredito que realmente tenham sido aproveitados da minha simples vida, aqueles bons mesmo, tu sempre esteve presente – de forma tangível ou não.

Dividiu tanta coisa comigo, se valendo apenas da incerteza de retorno e da gratuidade situacional. Foste um mestre em todos os sentidos, orientando as mais diversas questões que lhe trazia à uma solução viável ou uma forma engraçada de sorrir com o incorrigível ou imutável. Conseguiu moldar em mim um projeto de pensador que hoje consegue observar as coisas de modo diferente e realmente percebe a beleza, mesmo em seu estado bruto.

Tu tens uma maestria particular de apontar sua visão com humildade que acaba por convencer ou outros de que o teu ponto é correto. Criou uma forma pura de perfeição admirável que consegue equilibrar a perversidade diabólica com personalidade divina. Tornou-se um homem de várias mãos, pernas e cérebros e com esses, desempenha tarefas além da compreensão dos olhos que julgam, mas muito claros aos olhos que contemplam.

Vem de um carinho maternal aos teus e consegue nos despir com delicadeza até que entreguemos de boa vontade nossos mais profundos medos às tuas mãos para nos cuidar. Após abraçar silenciosamente, abre um sorriso réptil que desconserta e logo atrás brinca com o sério, mostrando que a seriedade é divertida, mesmo com toda a sua complexidade e melancolia.

Nunca foste de palavras soltas nem de anedotas infantis. Até suas atitudes imaturas são perfeitamente embasadas pelos pensadores grandes, que de tão grandes acabaram se juntando a única entidade capaz de entender com paciência essa grandeza. Dissemina o teu conhecimento de forma altruísta, por que de fato acredita que o altruísmo consegue construir um ser humano melhor e ao mesmo tempo, vale do sarcasmo como ferramenta medonha para tripudiar-se dos não queridos, provando mais uma vez que essa tal perfeição é particular.

Amo-te muito, meu amigo. E minha forma mais gentil de expressar isso é escrevendo uma resposta de e-mail, já que as cartas hoje demoram e o frio do monitor muitas vezes consegue esquentar os corações dos leitores que admiram palavras como arte emoldurada à tecnologia.

Sempre Saudades Suas.