quarta-feira, 10 de novembro de 2010

.7. Aquele da Construção

Vivemos em coexistência no mundo das diferenças, onde a incompreensão parte como premissa de tudo. Estamos suscetíveis a opiniões diversas, situações adversas e diversificada diversidade sempre em busca do aprimoramento. Ah, esse utópico aprimoramento que já levou tantos sábios à loucura ou ainda ao destino de todo humano sem nem compreender uma pequena fração dessa complexa teia que chamamos de relações.

Tenho comigo que a incompreensão instiga e motiva. Ela é o real agente da vida que movimenta nossas mitocôndrias e as força a levar o oxigênio para os pequenos cantos de nosso corpo, acelerando a sinapse e permitindo ação, reação e desbravamento em campos do medo. Quando somos simples demais, acessíveis demais, decifráveis demais o tédio toma conta das mesmas organelas e pronto, por que correr se as evidências são tão óbvias?

A amizade é um ponto facultativo, tão opcional quanto qualquer palavra que venha após parênteses em provas. Ser amigo já escapa dessa premissa, pois quando nesse estado sublime, qualquer generalismo pode significar descaso; recua, desconfiança; rispidez, desafeto.

A construção do bem querer é como uma maravilha da engenharia. Requer cuidado no planejamento, matemática fria nos cálculos, primor na execução, boa mão de obra e acabamentos bonitos e de qualidade. A vivência, paciência e comprometimento finalizam a obra com salvas únicas e segurança de que por mais drástico que seja o abalo, ela permanecerá em pé.

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