sexta-feira, 1 de outubro de 2010

.2. O caso da invejinha

Vou ser bem sincero com todos; morro de inveja de quem consegue escrever bem. Não estou desmerecendo os meus predicados, mas queria poder ser um tanto mais criativo para elaborar a verdadeira arte da escrita e o mais importante, repassá-la com excelência.

Hoje as habilidades se lapidaram tanto que o nível de complexidade que elas alcançaram chega a ser apavorante. Tu tens que procurar fundamentos, técnicas especiais e segredos antigos para se destacar num turbilhão de informações que são válidas. E validade não é sinônimo de utilidade. Uma, se considera a própria existência, a outra, se o que faço com ela realmente poderá fazer de mim e dos meus felizes.

Logo, quando leio algo que inebria os olhos e consegue me despertar a labareda do pensamento, tento profundamente copiar, como forma de auto punição ou talvez pífia ação de defesa contra o que mais me satisfaz. O ser humano desempenha um perfil protecionista singular que, de todas as formas, faz com que o eu seja bem mais importante e fundamental que o ele. Ou ela. Ou eles.

A filosofia ramifica-se em explicações da cólera desencadeada pela inveja, mas prefiro pensar que nada mais se trata do que a minha vontade sendo soterrada pela ação do próximo. Ele fez; Azar o meu que deveria ter feito/pensado/escrito/pintado/cantado antes! O bonde passa e a passividade de acompanhar esses trilhos é dolorosamente visceral.

A tal brancura inventada para colocar panos quentes no sentimento ruim é uma bela maquiagem para olhos ofídicos. Rasteja-se através de cantos, entende-se por abrandar o sentimento com justificativas bonitas, em uma tentativa de silenciar o grito interno que clama e destruição alheia. Gostaríamos de vê-lo arder, fritar e ser empalado à lá Vlad Tapes, mas não, criamos argumentos mentirosos, olhamos para cima com o esforço de fisiculturista e sorrimos como uma Miss dizendo: “Ai, que invejinha branca”.

Entender limitações é o caminho ideal para buscar uma forma prática de rompê-las. A compreensão sempre ajuda, acalenta e acalma, criando um habitat adequado para outros bichinhos poderem se desenvolver felizes: a temperança, a paciência, a boa vontade e, principalmente a virtude de admirar. Esta última que desempenha o miraculoso papel de colocar em letras graúdas no teu inconsciente a pergunta – Queres chegar lá?

Tentar é aprender que a ação consegue transformar a inércia em resultados. Tentar estrategicamente é tornar os resultados efetivos. Tentar estrategicamente sob a criação de outrem e encurtar o caminho para a satisfação pessoal! ^^

Votem com responsabilidade!

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